quinta-feira, 7 de junho de 2007

Já voltámos a isto? 1953

Corria o longínquo ano de 1953, quando a Câmara Municipal de Lisboa publicou a portaria n.º 69.035, destinada a aumentar o policiamento em zonas então consideradas "quentes". Pela curiosidade do texto, Gente aqui o reproduz sem comentários.
Verificando-se o aumento de actos atentatórios à moral e aos bons costumes, que dia a dia se têm vindo a verificar nos logradouros públicos e jardins, e, em especial, nas zonas florestais Montes Claros, Parque Silva Porto, Mata da Trafaria, Jardim Botânico, Tapada da Ajuda e outros, determina-se à Polícia e Guardas Florestais uma permanente vigilância sobre as pessoas que procurem frondosas vegetações para a prática de actos que atentem contra a moral e os bons costumes. Assim, e em aditamento àquela Postura n.º 69.035, estabelece-se e determina-se que o artº 48º tenha o cumprimento seguinte:
1º- Mão na mão 2$50
2º- Mão naquilo 15$00
3º- Aquilo na mão 30$00
4º- Aquilo naquilo 50$00
5º- Aquilo atrás daquilo 100$00
6º- Parágrafo único - Com a língua naquilo 150$00 de multa, preso e fotografado.


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Já voltámos a isto?
Ou nunca de lá saímos?

Aqui......(NEUTRO)....Acolá



“A verdade de amanhã”
(Ramonet)

Em Utopia, (Tomas More), ocorre o contrário da sociedade inglesa da época . E Rafael descreve como vigora ingênuo que o livro descreve. a república, a propriedade é pública, e os utopianos trabalham apenas seis horas por dia, vivendo mesmo assim na abastança, porque todos trabalham. É um comunismo ingénuo .


"Me desagrada discutir utopia, porque é discutir o que não existe. É aquele pensamento que não posso ter agora, mas posso ter algum dia. Vivemos de crenças e coisas que não têm nada a ver com a razão. Temos que fazer uma revisão criteriosa dos conceitos das palavras. As palavras são desgraçadas", idem


Ultimamente tenho estado a pensar sair do país e ir para uma cidade melhor. Estou farto disto. Aqui não consigo viver. As mentalidades dos políticos, intelectuais, empresários , directores , oficiais, patrões, empregados, amigos, familiares, pai , mãe, esposa , filhos, peço que desculpem pôr apenas no género masculino mas infelizmente se há mulheres no poder eu não as vejo, (para quem não sabe, políticos são aquelas e únicas pessoas que têm poder para tomar decisões que afectam a vida dos cidadãos), continuam retrógradas e assim as coisas não avançam e fica tudo na mesma. Para além da maior parte deles ter a mente “encerrada para férias”, que neste contexto significa “até à morte”, têm falta de vontade e encostam-se à cadeira de perna cruzada fumando charuto. Estou farto destas hipocrisias e maldade.




"A utopia está lá no horizonte.!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar"

(Eduardo Galeano).

Iniciemos pela compreensão do que é realidade. É comum o entendimento de que a realidade corresponde àquilo que “realmente existe”. É precisamente neste aspecto que a problemática toda inicia: se houvesse uma “real” correspondência entre aquilo que compreendemos com o que “realmente existe”, certamente estaríamos em posse da “verdade”. Como, entretanto, existem diferentes interpretações acerca do que “realmente existe”, poderíamos concluir que bastaria somar todas elas para atingir a “verdade absoluta”. O problema é que entre as diferentes interpretações da realidade há contradições que não permitem uma mera “junção eclética”.

A identificação de tendências históricas, o que nos é permitido conhecer, por sua vez, demonstra que a totalidade apresenta muitas “possibilidades de realização”. As possibilidades implícitas no movimento real são sempre maiores do que a “realidade em si” e, por isso, nenhuma é inevitável, fora da “realidade”, enquanto esta “vai sendo”. Assim, qualquer tentativa de anunciar possibilidades futuras é utópica, pois ela depende de um vir-a-ser (que ainda não é). Uma utopia, portanto, não é algo ilusório, e sim algo “que não é, mas pode vir a ser”.

Não há nada mais poderoso do que uma idéia cujo tempo chegou.
Vitor Hugo